Autor: Lima Barreto
Foi jornalista negro e um escritor não reconhecido da maneira que deveria durante a publicação de suas obras. Suas obras traziam denúncias e reflexões sobre o que acontecia no Brasil da 1° República, além de que, de certa maneira, relatos do que ele mesmo vivia enquanto homem negro. Sua arte é marcada pela sagacidade e ironia.
Contexto histórico
Sua obra relata o que era ser um intelectual negro, morador do subúrbio que não carregava nenhuma característica de quem eram os letrados do período, muito antes da abolição.
Lima Barreto era um crítico veemente da estrutura racial do país e da chamada “modernização da 1° República”, ou seja, a tentativa de inovar o Brasil sem pensar nas consequências pós-abolicionistas para os marginalizados.
Resumo e características
- É um romance, uma PARÓDIA do gênero biografia; Lima Barreto publica o que Augusto Machado lhe pediu.
- Os personagens da narrativa são alter-egos do autor, sendo utilizados para que Lima Barreto fale através deles;
- Em uma sinopse, Augusto Machado faz a biografia de Gonzaga de Sá, em que ocorrem digressões (mistura de presente, passado e memórias). Os personagens discorrem sobre suas opiniões relacionadas às fragilidades da 1° República, como o funcionalismo público improdutivo, a sociedade clientelista, o racismo científico e a estrutura social;
- É considerado um pré-modernista;
- Não é uma narrativa linear;
- Descrição de acontecimentos cotidianos;
Pontos de análise
- Considerações: narrado por Augusto Machado, o livro tece uma biografia de Gonzaga de Sá, um intelectual e homem de letras. Por meio dela, transparece o comportamento da aristocracia carioca do século XX, além de seus problemas sociais.
- Crítica à burguesia, reflexão sobre a classe média, marginalização dos intelectuais, símbolo de resistência moral, exploração das relações humanas e denúncia das condições de vida;